Desde pequeno sempre tive muita curiosidade e vontade
de conhecer a China. Isso porque, ao lado do Japão, era o país mais distante do
Brasil, na minha cabeça. E junto com o distante, vinha a figura do
inalcançável. Até hoje ainda acho que as culturas são completamente diferentes
e fascinantes.
Com o passar do tempo e inúmeras
viagens depois, pensamos em visitar Hong Kong. Na prática, era a maneira mais
fácil de conhecer um pouco da China. Primeiro porque não precisamos tirar
visto. E segundo porque o inglês é uma das línguas oficiais.
Hong Kong foi colonizado pelos
britânicos e em 1997 foi devolvida à China, sob algumas condições. Hoje, é uma
das duas regiões administrativas especiais (a outra é Macau). Por ter tal "status", possui uma certa
autonomia que a difere das demais áreas do país. Um consequência disso é ter
moeda própria (dólar de Hong Kong). Além
disso, é fácil para nós turistas conhecer a cidade, uma vez que todos falam
inglês, há placas em inglês por todas as partes e o transporte público é bem
servido e sinalizado.
Skyline de Hong Kong
Quando pesquisamos sobre a região
ficamos muito em dúvida sobre qual o melhor lugar para se hospedar. Confesso
que até hoje não tenho uma resposta na ponta da língua. Isso porque os pontos
turísticos estão espalhados e cada bairro tem uma característica própria. De
qualquer forma, o ideal é ficar perto de uma estação de metrô. Nós ficamos no
Soho, perto da estação de metrô Sheung Wan. É um bairro típico da cidade, com
bastante comércio local. Para quem quer presenciar um pouco da cultural
chinesa, é uma das melhores opções. Outra boa opção são os bairros Admiralt
(mais central) e Causaway Bay (mais perto das lojas internacionais).
Tenha em mente que a hospedagem em
Hong Kong é muito cara. Por isso, vale a pena pesquisar bastante antes de
fechar com um hotel.
Para se ter uma boa noção da cidade,
acredito que o ideal seja ficar de 3 ou 4 dias. Caso queira fazer um
bate-e-volta em Macau, reserve mais um dia.
Vamos listar as atrações
indispensáveis:
Victoria Peak - É a montanha mais alta de Hong Kong e
o ponto turístico mais procurado. Para se chegar até lá, a melhor forma é pegar
o The Peak Tram, um funicular que sai do Peak Tram Lower
Terminus. Para quem está com mais pressa, pode pegar um taxi na ida e
volta de trem, ou vice-versa. Procure chegar cedo para evitar as longas filas.
É bom dar uma olhada no tempo porque não é raro ter névoa sobre a montanha.
Vista a partir do Victoria Peak
Vista a partir do terraço da Peak Galleria
Reprodução de típico bairro chinês
Outra dica é aproveitar a vista noturna e jantar em um dos restaurantes do Shopping The Peak Galleria, que fica perto do mirante principal.
Vista noturna a partir do mirante
Hong Kong Park - Após descer de funicular aproveite
para caminhar até o Hong Kong Park. O parque
não é lá essas coisas, mas serve para quebrar a vista acostumada com tantos
prédios.
Lippo Centre - Ao sair do parque, uma opção é caminhar
até o Lippo
Centre, um dos prédios mais autênticos e curiosos da cidade. Após,
passeie pelo centro nervoso de Hong Kong. Vá até à praça da Bolsa de Valores
Exchange Square, perto da estação de metrô "hong kong".
Lippo Centre
Soho - Aproveite para
conhecer o bairro mais autêntico (pra não dizer chinês) da região. A maioria
das lojas são locais e quase nenhuma tem tradução para o inglês. A dica é se
perder no meios das suas ruas e conhecer um pouco mais da cultura local.
Digamos que é o bairro mais cultural da cidade. Veja os inúmeros mercados de
especiarias, algumas delas meio bizarras, mas que, segundo locais, curam muitas
doenças.
Soho
Ruas do Soho
Uma curiosidade é que os chineses usam muito esteiras rolantes como
forma de deslocamento. No bairro do Soho encontra-se a esteira rolante mais
longa do mundo (segundo os guias locais). Vale apena dar uma conferida.
Escada rolante no Soho
KowLoon -Essa região
fica na parte continental de Hong Kong, na ponta da península Tsim Sha Tsui, no
lado oposto da ilha de Hong Kong. É de
lá que se tem as melhores vistas da ilha.
Avenue of the Stars - É uma espécie de calçada da fama
chinesa. Essa rua de pedestres contorna a baía de Kowloon e serve de tributo
aos atores chineses mais famosos do cinema. Nela há estrelas
com as assinaturas e impressão das palmas de seus principais atores e atrizes
nacionais, incluindo alguns nomes internacionalmente conhecidos como o Bruce
Lee, Chon Yun Fat e Jackie Chan. Além disso há uma estátua de Bruce Lee.
Se prepare para ver muitos imitando a famosa pose do principal ator chinês.
Avenue of the Stars
Estátua do Bruce Lee
Uma das melhores vista da ilha de HK
Show de luzes - Todos
os dias às 20h inúmeros se concentram ao longo da orla Tsim Sha Tsui entre
a Avenue of Stars e o Hong Kong Cultural Centre para ver a
coreografia de música e luz chamada "Symphony of Lights", onde mais
de 40 edifícios participam. O show de luzes tem duração de aproximadamente 12
minutos. Quando pesquisei na internet muitos diziam que tal show é considerado o maior espetáculo permanente de
luzes e música do mundo. No entanto, achei o "espetáculo" meio
fajuto. As luzes eram fracas e não dava nenhum efeito legal nos prédios. Pode
ser que no dia em que assistimos estivesse meio sem graça, pois estávamos com
grandes expectativas. Se você não tiver com muito pique na hora, não perca seu
tempo. É legal ver o skyline da ilha a noite, mas não vale a pena ficar
esperanto o show.
ICC
- Perto dali fica o ICC (International Commerce Centre) que é o prédio mais
alto de HK e tem uma plataforma de observação, a Sky100, no 100º andar (393
metros de altura), oferecendo excelentes vistas da cidade e da ilha. Ele é
considerado o quarto prédio mais alto do mundo. São 118 andares ao todo. Nele também está localizada a piscina
mais alta do mundo, que fica no 118º andar, no Hotel Ritz Carlton.
ICC
Vista do Sky 100
Nathan Road - a melhor forma de conhecer a região de
Kowloon é caminhando pela Nathan Road, a principal avenida. Ela começa lá na
ponta da península, perto da Avenue os the Stars. Ela cruza vários outros
bairros e alguns mercados interessantes. Essa avenida tem bastante lojas e é um
dos pontos principais de compras da região.
Flower
Market - É um dos mercados mais procurados da região. São
várias barracas e lojas vendendo todos os tipos de flores. É interessante ver
um grande número de flores coloridas, muitas delas desconhecidas por nós
brasileiros. Caso não queira ir andando até lá, pegue o metrô e desça na
estação MTR Prince Edward Station (linha verde ou vermelha)
e siga pela saída B2. Ou então desça na estação MTR Mong Kok East (linha
azul) e siga pela saída C. O mercado funciona diariamente, das de 7h às 19horas.
Flower Market
Ladies Market - É outro
mercado bastante disputado pelos turistas e locais. Não se deixe enganar pelo
nome. Lá você encontra de tudo, desde objetos de decoração, roupas, até
pequenos eletrônicos. É um bom lugar para comprar presentes e souvenir. Fica na
rua Tung Choi Street, próximo
das ruas Argyle Street and Dundas Street. Para chegar até lá de metrô, desça na estação
de metrô MTR Mong Kok (linha vermelha ou verde) e siga até a saída D3.
O metrô é fácil e há explicações em inglês de como chegar. Depois caminhe até
a Argyle Street. Depois vire novamente à direita e já estará na Tung
Choi Street
Ladies Market
Ladies Market
Temple Street Night
Market - É o maior mercado noturno de Hong Kong. Vá depois de 19h, quando a
maioria das lojas já está funcionando. O mercado fica aberto até meia-noite. Desça
na estação MTR Jordan (linha vermelha), saída A, ou na estação MTR
Yau Ma Tei (linha verde ou vermelha), saída C.
Causaway Bay - Pegue o
metrô e vá conhecer a área mais ocidentalizada de HK. Muitas lojas, shoppings,
restaurantes e gente, muita gente na rua. Nesse bairro, fica localizado o
Victoria Park, um das mais importantes áreas de lazer dos chineses. Perto do
parque ficam os Templos Tin Hau e Lin Fa Kung.
Victoria Park
Templo Tin Hau
Interior do Templo de Tin Hau
Templo de Lin Fa Kung.
Golden Bauhinia -
Conheça o monumento de 6 metros de altura que representa a flor típica da
região. Foi inaugurado em 1997, logo após Hong Kong ser devolvida aos domínios
chineses.
Golden Bauhinia
Ilha de Lantau - Em tal ilha se localiza o Buda
Sentado Tian Tan (maior buda “de bronze, sentado ao ar livre” do mundo) e
templo budista Po Lin Monastery. O Buda tem 34 metros de
altura e pesa cerca de 250 toneladas. Ele simboliza a harmonia do homem com a
natureza. A mão direita elevada representa a sua benção a todos os visitantes. Uma
das formas de se chegar até o alto da montanha onde o buda se encontra é
através do Teleférico. No dia em que fomos visitar o mesmo estava fechado para
manutenção. Uma pena, pois esse teleférico é considerado o mais longo da
Ásia e possui uma vista linda.
Bate e volta até Macau
- A melhor forma de ir e vir é pelo ferry. Nós fomos com a empresa Turbo Jet e
compramos as passagens na hora. O guichê fica no
terceiro andar. Uma dica é procurar o Departamento de turismo de Macau (na estação de ferry) que oferece várias opções de walking tour, além de dar mapas com as principais atrações da cidade.
Do terminal de ferry a
forma mais fácil de chegar no centro é pegando um taxi e pedindo para ele te
deixar no Largo do Senado. Foi de lá que começamos o nosso passeio.
Para quem não sabe,
Macau é outra Região Administrativa Especial, possuindo certa autonomia, igual a
Hong Kong. Ela foi colonizada pelos portugueses e devolvida ao domínio chinês
em 1999. Todavia, por conta de um tratado assinado pelos dois países, Macau
mantém a língua portuguesa como um de seus idiomas oficiais até 1949. É claro
que é muito difícil encontrar algum local falando português. No entanto, todas
as placas possuem tradução para o português, assim como a maioria dos pontos
turísticos do centro histórico, como o Largo do Senado, a Igreja da Sé e as Ruínas de São Paulo.
Ruína de São Paulo
Ruínas da Catedral de São Paulo
Reconhece esse calçadão?
Santa Casa da Misericórdia
A cidade conserva o seu
centrinho histórico, sendo lá o seu ponto de partida para conhecer um pouco
mais da história local. Para tanto, não deixe de ir no Museu de Macau. Saindo dele siga em direção ao cartão postal da cidade:
as Ruínas de São Paulo. A antiga catedral foi construída em 1600, mas foi completamente destruída por um incêndio, em
1835. Hoje em dia só sobrou a fachada da igreja, que tinha estilo barroco. Tal
fato a torna única. Depois
visite o Templo de A-Má (no
Largo do Pagode da Barra), o Palácio do Senado, a Santa Casa da Misericórdia,
o Forte dos Artilheiros e a Igreja da Sé.
Após, pegue um táxi e vá conhecer a parte “Las Vegas” de Macau.
Sua "Strip" não tem tantos cassinos como a concorrente americana, mas
a visita vale muito a pena. Um dos cassinos conhecidos é a filial do The
Venetian, uma réplica idêntica do cassino de Vegas.
The Venetian
Réplica do The Venetian
The Venetian
Passeio de Gôndola
Ótimo relato!
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