quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Hong Kong

                Desde pequeno sempre tive muita curiosidade e vontade de conhecer a China. Isso porque, ao lado do Japão, era o país mais distante do Brasil, na minha cabeça. E junto com o distante, vinha a figura do inalcançável. Até hoje ainda acho que as culturas são completamente diferentes e fascinantes.

            Com o passar do tempo e inúmeras viagens depois, pensamos em visitar Hong Kong. Na prática, era a maneira mais fácil de conhecer um pouco da China. Primeiro porque não precisamos tirar visto. E segundo porque o inglês é uma das línguas oficiais.

            Hong Kong foi colonizado pelos britânicos e em 1997 foi devolvida à China, sob algumas condições. Hoje, é uma das duas regiões administrativas especiais (a outra é Macau).  Por ter tal "status", possui uma certa autonomia que a difere das demais áreas do país. Um consequência disso é ter moeda própria (dólar de Hong Kong).  Além disso, é fácil para nós turistas conhecer a cidade, uma vez que todos falam inglês, há placas em inglês por todas as partes e o transporte público é bem servido e sinalizado.

Skyline de Hong Kong

            Quando pesquisamos sobre a região ficamos muito em dúvida sobre qual o melhor lugar para se hospedar. Confesso que até hoje não tenho uma resposta na ponta da língua. Isso porque os pontos turísticos estão espalhados e cada bairro tem uma característica própria. De qualquer forma, o ideal é ficar perto de uma estação de metrô. Nós ficamos no Soho, perto da estação de metrô Sheung Wan. É um bairro típico da cidade, com bastante comércio local. Para quem quer presenciar um pouco da cultural chinesa, é uma das melhores opções. Outra boa opção são os bairros Admiralt (mais central) e Causaway Bay (mais perto das lojas internacionais).

            Tenha em mente que a hospedagem em Hong Kong é muito cara. Por isso, vale a pena pesquisar bastante antes de fechar com um hotel.  

            Para se ter uma boa noção da cidade, acredito que o ideal seja ficar de 3 ou 4 dias. Caso queira fazer um bate-e-volta em Macau, reserve mais um dia.

            Vamos listar as atrações indispensáveis:

            Victoria Peak - É a montanha mais alta de Hong Kong e o ponto turístico mais procurado. Para se chegar até lá, a melhor forma é pegar o The Peak Tram, um funicular que sai do Peak Tram Lower Terminus. Para quem está com mais pressa, pode pegar um taxi na ida e volta de trem, ou vice-versa. Procure chegar cedo para evitar as longas filas. É bom dar uma olhada no tempo porque não é raro ter névoa sobre a montanha. 


Vista a partir do Victoria Peak

 Vista a partir do terraço da Peak Galleria

Reprodução de típico bairro chinês

          Outra dica é aproveitar a vista noturna e jantar em um dos restaurantes do Shopping The Peak Galleria, que fica perto do mirante principal.

Vista noturna a partir do mirante 

            Hong Kong Park - Após descer de funicular aproveite para caminhar até o Hong Kong Park. O parque não é lá essas coisas, mas serve para quebrar a vista acostumada com tantos prédios.

            Lippo Centre - Ao sair do parque, uma opção é caminhar até o Lippo Centre, um dos prédios mais autênticos e curiosos da cidade. Após, passeie pelo centro nervoso de Hong Kong. Vá até à praça da Bolsa de Valores Exchange Square, perto da estação de metrô "hong kong".

Lippo Centre 

            Soho - Aproveite para conhecer o bairro mais autêntico (pra não dizer chinês) da região. A maioria das lojas são locais e quase nenhuma tem tradução para o inglês. A dica é se perder no meios das suas ruas e conhecer um pouco mais da cultura local. Digamos que é o bairro mais cultural da cidade. Veja os inúmeros mercados de especiarias, algumas delas meio bizarras, mas que, segundo locais, curam muitas doenças. 

Soho

Ruas do Soho


           Uma curiosidade é que os chineses usam muito esteiras rolantes como forma de deslocamento. No bairro do Soho encontra-se a esteira rolante mais longa do mundo (segundo os guias locais). Vale apena dar uma conferida.

Escada rolante no Soho 


            KowLoon -Essa região fica na parte continental de Hong Kong, na ponta da península Tsim Sha Tsui, no lado oposto da ilha de Hong Kong.  É de lá que se tem as melhores vistas da ilha.


            Avenue of the Stars - É uma espécie de calçada da fama chinesa. Essa rua de pedestres contorna a baía de Kowloon e serve de tributo aos atores chineses mais famosos do cinema. Nela há estrelas com as assinaturas e impressão das palmas de seus principais atores e atrizes nacionais, incluindo alguns nomes internacionalmente conhecidos como o Bruce Lee, Chon Yun Fat e Jackie Chan. Além disso há uma estátua de Bruce Lee. Se prepare para ver muitos imitando a famosa pose do principal ator chinês.

Avenue of the Stars

Estátua do Bruce Lee

Uma das melhores vista da ilha de HK



            Show de luzes - Todos os dias às 20h inúmeros se concentram ao longo da orla Tsim Sha Tsui entre a Avenue of Stars e o Hong Kong Cultural Centre para ver a coreografia de música e luz chamada "Symphony of Lights", onde mais de 40 edifícios participam. O show de luzes tem duração de aproximadamente 12 minutos. Quando pesquisei na internet muitos diziam que tal show  é considerado o maior espetáculo permanente de luzes e música do mundo. No entanto, achei o "espetáculo" meio fajuto. As luzes eram fracas e não dava nenhum efeito legal nos prédios. Pode ser que no dia em que assistimos estivesse meio sem graça, pois estávamos com grandes expectativas. Se você não tiver com muito pique na hora, não perca seu tempo. É legal ver o skyline da ilha a noite, mas não vale a pena ficar esperanto o show.







            ICC - Perto dali fica o ICC (International Commerce Centre) que é o prédio mais alto de HK e tem uma plataforma de observação, a Sky100, no 100º andar (393 metros de altura), oferecendo excelentes vistas da cidade e da ilha. Ele é considerado o quarto prédio mais alto do mundo. São 118 andares ao todo. Nele também está localizada a piscina mais alta do mundo, que fica no 118º andar, no Hotel Ritz Carlton.

ICC

Vista do Sky 100





            Nathan Road - a melhor forma de conhecer a região de Kowloon é caminhando pela Nathan Road, a principal avenida. Ela começa lá na ponta da península, perto da Avenue os the Stars. Ela cruza vários outros bairros e alguns mercados interessantes. Essa avenida tem bastante lojas e é um dos pontos principais de compras da região.

            Flower Market - É um dos mercados mais procurados da região. São várias barracas e lojas vendendo todos os tipos de flores. É interessante ver um grande número de flores coloridas, muitas delas desconhecidas por nós brasileiros. Caso não queira ir andando até lá, pegue o metrô e desça na estação MTR Prince Edward Station (linha verde ou vermelha) e siga pela saída B2. Ou então desça na estação MTR Mong Kok East (linha azul) e siga pela saída C. O mercado funciona diariamente, das de 7h às 19horas.

Flower Market


            Ladies Market - É outro mercado bastante disputado pelos turistas e locais. Não se deixe enganar pelo nome. Lá você encontra de tudo, desde objetos de decoração, roupas, até pequenos eletrônicos. É um bom lugar para comprar presentes e souvenir. Fica na  rua Tung Choi Street, próximo das ruas Argyle Street and Dundas Street.  Para chegar até lá de metrô, desça na estação de metrô MTR Mong Kok (linha vermelha ou verde) e siga até a saída D3. O metrô é fácil e há explicações em inglês de como chegar. Depois caminhe até a Argyle Street. Depois vire novamente à direita e já estará na Tung Choi Street

Ladies Market

Ladies Market



            Temple Street Night Market - É o maior mercado noturno de Hong Kong. Vá depois de 19h, quando a maioria das lojas já está funcionando. O mercado fica aberto até meia-noite. Desça na estação MTR Jordan (linha vermelha), saída A, ou na estação MTR Yau Ma Tei (linha verde ou vermelha), saída C.

            Causaway Bay - Pegue o metrô e vá conhecer a área mais ocidentalizada de HK. Muitas lojas, shoppings, restaurantes e gente, muita gente na rua. Nesse bairro, fica localizado o Victoria Park, um das mais importantes áreas de lazer dos chineses. Perto do parque ficam os Templos Tin Hau e Lin Fa Kung.

Victoria Park


Templo Tin Hau

Interior do Templo de Tin Hau

 Templo de Lin Fa Kung.



            Golden Bauhinia - Conheça o monumento de 6 metros de altura que representa a flor típica da região. Foi inaugurado em 1997, logo após Hong Kong ser devolvida aos domínios chineses.

Golden Bauhinia


            Ilha de Lantau - Em tal ilha se localiza o Buda Sentado Tian Tan (maior buda “de bronze, sentado ao ar livre” do mundo) e templo budista Po Lin Monastery. O Buda tem 34 metros de altura e pesa cerca de 250 toneladas. Ele simboliza a harmonia do homem com a natureza. A mão direita elevada representa a sua benção a todos os visitantes. Uma das formas de se chegar até o alto da montanha onde o buda se encontra é através do Teleférico. No dia em que fomos visitar o mesmo estava fechado para manutenção. Uma pena, pois esse teleférico é considerado o mais longo da Ásia e possui uma vista linda.


            Bate e volta até Macau - A melhor forma de ir e vir é pelo ferry. Nós fomos com a empresa Turbo Jet e compramos as passagens  na hora. O guichê  fica no  terceiro andar. Uma dica é procurar o Departamento de turismo de Macau (na estação de ferry) que oferece várias opções de walking tour, além de dar mapas com as principais atrações da cidade.



Língua portuguesa presente em macau


            Do terminal de ferry a forma mais fácil de chegar no centro é pegando um taxi e pedindo para ele te deixar no Largo do Senado. Foi de lá que começamos o nosso passeio.



Largo do Senado


          Para quem não sabe, Macau é outra Região Administrativa Especial, possuindo certa autonomia, igual a Hong Kong. Ela foi colonizada pelos portugueses e devolvida ao domínio chinês em 1999. Todavia, por conta de um tratado assinado pelos dois países, Macau mantém a língua portuguesa como um de seus idiomas oficiais até 1949. É claro que é muito difícil encontrar algum local falando português. No entanto, todas as placas possuem tradução para o português, assim como a maioria dos pontos turísticos do centro histórico, como o Largo do Senado,  a Igreja da Sé e as Ruínas de São Paulo.

Ruína de São Paulo

Ruínas da Catedral de São Paulo




Reconhece esse calçadão?

Santa Casa da Misericórdia



            A cidade conserva o seu centrinho histórico, sendo lá o seu ponto de partida para conhecer um pouco mais da história local. Para tanto, não deixe de ir no Museu de Macau. Saindo dele siga em direção ao cartão postal da cidade: as Ruínas de São Paulo. A antiga catedral foi construída em 1600, mas foi completamente destruída por um incêndio, em 1835. Hoje em dia só sobrou a fachada da igreja, que tinha estilo barroco. Tal fato a torna única. Depois visite o Templo de A-Má (no Largo do Pagode da Barra),  o Palácio do Senado, a Santa Casa da Misericórdia,  o Forte dos Artilheiros e a Igreja da Sé. Após, pegue um táxi e vá conhecer a parte “Las Vegas” de Macau. Sua "Strip" não tem tantos cassinos como a concorrente americana, mas a visita vale muito a pena. Um dos cassinos conhecidos é a filial do The Venetian, uma réplica idêntica do cassino de Vegas.


The Venetian



Réplica do The Venetian


The Venetian


Passeio de Gôndola